quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A meia-entrada

Ontem, a Comissão de Educação do Senado aprovou a regularização de meia-entrada em eventos culturais e esportivos. Agora, a cota para a meia-entrada é de 40%. A proposta surgiu depois que empresários ligados ao ramo de eventos reivindicaram, através de uma carta aberta, uma cota para a venda de meia-entrada, que em alguns casos chegava a 80% dos ingressos.

A proposta estabelece não só a cota de 40%, mas também outras condições. O objetivo é também criar uma carteirinha-padrão, para evitar falsificações. Depois que se autorizou a compra de ingressos de meia-entrada com qualquer documento estudantil, o número de carteirinhas ilegais cresceu muito. Esse é exatamente um dos pontos que os artistas e empresários do ramo usaram como base para essa movimentação pró-cota. Além disso, um outro ponto com relação a venda de meia-entrada é que apenas os setores mais baratos terão essa possibilidade de desconto. Por exemplo, num show, só a pista,
que normalmente é o setor mais barato, terá ingressos vendidos 50% mais baratos. A meia-entrada valerá para pessoas com mais de 60 anos e estudantes, do nível fundamental ao superior.

Há também uma proposta de criação de um conselho que fiscalize essa venda de meia-entrada, para que se cumpra a cota estabelecida. Por parte dos produtores, a promessa é de que o preço dos ingressos abaixe, para estimular as pessoas a consumir mais cultura no país. Já a União Nacional dos Estudantes (UNE) disse que vai entrar com recurso e levar essa decisão mais adiante. Assim, provavelmente o sistema de cotas ainda passará por outras alterações e votações até chegar ao nível de sanção presidencial. Estima-se que, depois de aprovado, o sistema entre em vigor no segundo semestre do ano que vem.





segunda-feira, 24 de novembro de 2008

...soon.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Rec


Esse fim de semana foi bom em termos de cinema. Fui assistir a dois filmes: o novo 007 - Quantum Of Solace (ótimo) e o espanhol Rec. Como já se fala bastante por aí sobre o novo filme do agente secreto britânico, decidi fazer meu breve comentário sobre esse segundo filme.

Rec é um filme de terror espanhol dirigido por
Jaume Balagueró e Paco Plaza. A história mostra uma repórter (Manoela Velasco) e seu camera man (no caso desse filme o diretor de fotografia Pablo Rosso) fazendo para seu programa de televisão uma matéria num quartel de bombeiros, mostrando como é o dia-a-dia dessses profissionais. Quando os bombeiros são chamados para resolver um problema num determinado prédio, a repórter e o câmera vão junto, para registrar o trabalho dos bombeiros quando estes estão em ação.

A partir daí, o filme perde o tom descontraído que possui no começo para adentrar numa tensão cada vez mais estabalecida conforme o tempo passa. A perspectiva em primeira pessoa durante todo o filme coloca o telespectador numa posição muito pessoal em meio ao caos que se instala no interior daquele edifício. Isso tudo potencializado por um trabalho de áudio muito competente, apostando nos barulhos e sons ambientes, sempre trazendo a ação do filme o mais próximo possível da realidade. As interpretações também são satisfatórias.

A base do filme é, sem sombra de dúvidas, o recurso adotado de filmar tudo com a câmera na mão. Esse tipo de filmagem se tornou famoso com o filme de terror A Bruxa de Blair e também foi usado de forma impressionante no filme Cloverfield, de J.J. Abrams, o pirado porém incrível criador de Lost. Em Rec, esse recurso também ganha um toque singular, ao criar situações que funcionam muito bem devido a esse estilo de gravação.

Uma excelente pedida para quem gosta do gênero, Rec é um filme que aposta no medo constante e em situações inusitadas, a maior parte delas proporcionada pela forma de filmagem adotada. Enfim, recomendadíssimo!

Obs: prepare-se para dez minutos de cenas APAVORANTES no fim do filme.






segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lovers in Japan

O novo incrível clipe do Coldplay.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Agora vai!


Sim, agora vai. Finalmente uma das bandas mais aclamadas do mundo virá ao Brasil fazer seu show. O Radiohead, banda inglesa liderada por Thom Yorke, anunciou algumas datas de uma turnê pela América Latina. Por enquanto, farão um show no México, um no Chile (nesse os ingressos provavelmente já acabaram uma hora dessas...), um na Argentina e outro no Brasil. Os locais e datas exatos para esses dois últimos países ainda não foram informados, mas como o próprio site oficial diz ( www.radiohead.com ) tais detalhes serão informados logo. É o término de uma longa espera dos fãs por aqui, que esperam ansiosamente o dia de ver o quinteto mostrar aos brasileiros músicas que ficaram conhecidas por sua qualidade e singularidade.

O Radiohead vem ao Brasil para tocar um repertório extenso, que passeia por entre os sete álbuns que a banda já possui ( e de repente, até músicas novas, visto que já estão gravando novamente). Nos shows da atual turnê, porém, o que dominou o repertório foi o último álbum, In Rainbows, tocado na íntegra. Sempre variando bastante o set list, o Radiohead faz um show extenso, ideal para os mais fãs, tocando sempre 20 e poucas músicas.

Enfim, agora é só aguardar até o dia de conferir ao vivo as incríveis composições dessa banda que marcou época.




terça-feira, 11 de novembro de 2008

Kaiser Chiefs no Planeta Terra 2008

Foto: Reinaldo Marques/Terra

O Festival Planeta Terra, que rolou no último sábado dia 8 e se estendeu até o domingo, foi um exemplo de como eventos musicais podem ser bem sucedidos no Brasil. A organização primorosa fez com que tudo fosse feito em ordem e na hora certa. As bandas entraram pontualmente (eu olhava no relógio e era sempre na hora, às vezes até uns minutinhos antes), os banheiros com as folhas de eucalipto no chão são uma idéia genial, os palcos estavam muito bem montados e as coisas estavam como deveriam estar em qualquer festival. Além de ser politicamente correto, porque havia muitas lixeiras de lixo orgânico e reciclável por toda a Vila dos Galpões.

Com um evento tão bem organizado assim, os shows ganhavam mais destaque. E assim foi o show do Kaiser Chiefs. A banda de Leeds mostrou a que veio e encerrou o festival como prometia.


Começando pontualmente a 1h30 do domingo, o Kaiser Chiefs veio com força total com o hit "Everything Is Average Nowadays" e pôs o público pra pular. Em seguida, já mandaram um de seus principais sucessos do primeiro álbum, a música "Everyday I Love You Less And Less", que fez com que quem ainda estivesse parado se mexesse e muito. Seguindo por um set list recheado de músicas conhecidas, o Kaiser Chiefs contagiou também com sua presença de palco. Não era raro ver o hiperativo Ricky Wilson indo pro meio da galera e cantando de lá mesmo. Além disso, não faltaram palavras em português por parte do vocalista, que fazia questão de pegar um papel e ler o que queria falar.


Outro destaque vai para o tecladista Peanut, que mesmo tendo operado o apêndice no dia anterior (!) estava lá firme e forte pra dar uma força. Isso justifica todas as vezes que Ricky Wilson o chamava de "herói" (e por consequência nos pedia para fazer o mesmo).

Um show incrível para fechar um festival incrível.


Set list:


Everything is Average Nowadays

Everyday I Love You Less and Less

Heat Dies Down

You Want History

Ruby
Modern Way

Never Miss a Beat

Caroline, Yes
Na Na Na Na Naa

I Predict a Riot

Half the Truth
Angry Mob

Take My Temperature

Oh My God

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Mudança na qual podemos acreditar"

Imagem de John Gress/Reuters

Podemos dizer que testemunhamos um fato histórico nesse 4 de novembro de 2008. O democrata Barack Obama, de 47 anos, foi eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. E ainda bateu recordes. O primeiro é a quantidade de pessoas que saíram para votar: quase 66% dos 153,1 milhões de eleitores registrados foram às urnas. Foi a maior participação dos eleitores nos Estados Unidos desde 1908, inclusive batendo o recorde mais recente, de 1960, quando John Kennedy foi eleito. Além disso, Obama conseguiu no mínimo 342 votos no Colégio Eleitoral, ultrapassando e muito os 270 que precisava. Seu adversário, o republicano John McCain, conseguir 143 votos.

Nesse contexto, um verdadeiro "landslide" de Obama.

O futuro agora é de mudanças. E nisso, nós já acreditamos.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Kaiser Chiefs - Off With Their Heads



Kaiser Chiefs foi uma daquelas bandas que não foi muito difícil de gostar. O primeiro álbum que ouvi deles foi Yours Truly, Angry Mob, o que tem a famosa-quase-hino "Ruby". Logo na primeira ouvida, fiquei impressionado com a diversão que aquele álbum proporcionava, mesmo tendo uma e outra musiquinha mais lentinha. Diversão pura e acessível de cara. Depois, conheci um pouco do Employment, o disco de estréia da banda, que também tem suas músicas consagradas. "Everyday I Love You Less And Less", "I Predict A Riot" e "Oh My God" já fazem do cd um ótimo álbum e uma ótima alternativa para quem quer ouvir algo empolgante.

Assim, quando foi anunciado que o Kaiser Chiefs lançaria o terceiro álbum, já estava esperando mais uma seleção de músicas contagiantes e "fáceis" de assimilar. Principalmente depois que a banda disse que as músicas estavam mais divertidas do que nunca. E ainda tinha a produção do Mark Ronson, que faz umas coisas legais.

Pois Off With Their Heads não é exatamente assim.

Na primeira ouvida, confesso que achei um tanto quanto esquisito. A música que, de cara, mais se encaixa no perfil dos Chiefs é, sem dúvida, "Never Miss A Beat", o primeiro single do álbum. O restante do cd, porém, mostrou uma atmosfera diferente. Cadê a diversão imediata, cadê as músicas fáceis de assimilar? Na segunda escutada, acho que nem cheguei ao fim do cd. Desisti antes. E já estava achando que o Kaiser Chiefs decidiu abandonar o "funny" e mudar para o "serious". Até que, na tentativa seguinte...

...entendi. Off With Their Heads mostra uma amadurecida no som do Kaiser Chiefs. E, se você reparar bem, ainda vai encontrar a diversão lá. As coisas não são tão fáceis como eram antes, mas também são ótimas. A primeira música do cd, "Spanish Metal", meio que representa isso. Parece que está indo com calma, pra te preparar pro hit "Never Miss a Beat". É mais preparado, se é assim que posso explicar o que acho desse álbum. E no geral, o álbum é melhor que o anterior. Porque depois que você "entende" como funciona o cd, acaba percebendo que mais músicas chamam a atenção. Meus destaques vão para "Like It Too Much", "Cant Say What I Mean", "Tomato In The Rain" (a primeira que eu "entendi") e "Remember You're A Girl" (a música mais bonita do cd). Isso sem contar com os possíveis singles, que também são ótimos e que eu só não destaquei para não destacar o cd inteiro, que são "Half The Truth" e "Always Happens Like That", essa última com uma participação da Lilly Allen.

Resumindo: se você não gostou do cd logo de primeira, de mais chances, assim como eu fiz. Porque vale a pena. O Kaiser Chiefs, mais uma vez, fez um ótimo (e divertido!) trabalho.

E que venha o Planeta Terra Festival!